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Mediação em Educação: Da Conceptualização e Problematização de Alguns Lugares Comuns

  • Foto do escritor: Diana Borges
    Diana Borges
  • 15 de jul. de 2021
  • 3 min de leitura

“É comum dizer-se, a propósito da mediação, que se trata de um processo de qual um terceiro, (…) intervém com uma missão específica, nomeadamente de ajudar as partes a resolver os seus conflitos.”

  • Grande polissemia de conceitos.

  • Surgimento de perspetivas de mediação que alargam o conceito de mediação, sendo muito mais do que uma técnica alternativa para resolver conflitos, enquadrando-se numa cultura de cidadania ativa e de paz.

  • Apoio em abordagens construtivistas e construcionistas.

  • Pluralidade de perspetivas: epistémica, dialógica, de desempenho, argumental, geradora, narrativa, transformadora.

  • Mediação de primeira ordem/ Mediação de segunda ordem


O Terceiro Incluído / Excluído

Neutralidade do mediador:


O mediador pode ser visto como estando simultaneamente implicado, ao mesmo tempo que se distancia ( terceiro incluído ), “ testemunha e parte das travessias do possível e das composições do humano”.


Deontologia e Princípios de Mediação


Segundo o texto do Centro Nacional de Mediação, em França aponta-se para uma deontologia de mediação inspirada em princípios ético-técnicos de:

  • Consenso

  • Imparcialidade

  • Objetividade

  • Neutralidade

  • Confidencialidade


Numa perspetiva construtivista (Souquet, 1999; Tricoire, 2002) da mediação, os princípios ético-técnicos são outros, tais como:

  • Cooperação

  • Autodeterminação

  • Responsabilização

  • Não Violência


Emergindo assim uma ética da relação (cooperação), discussão (autodeterminação), responsabilidade (responsabilização) e paz (não violência).



A Profissionalização do Mediador


“Deverá formar-se um profissional especificamente para a mediação ou serão outros (profissionais), que poderão, formal ou informalmente, desempenhar um papel de religação e de responsabilização de todos na resolução dos seus problemas?” Caetano, 2005


  • É necessário um trabalho sério de desenvolvimento de competências e qualidades especificas (entre as quais improviso e criatividade) que prepare os profissionais, mesmo aqueles que já os são noutras áreas, para o desempenho sério e responsável de funções de mediação. (Guillaume-Hotnung, 2000)


  • É importante também não denegrir nem negar o papel informal daqueles que são mediadores naturais, que desempenham a sua função sem formação, com base numa prática continuada e a quem são reconhecidas competências e sabedoria. (Six, 2003)


As situações que a mediação não serve


Segundo os autores Souquet, 1999 e San Martin, 2003 a mediação não é aconselhável em situações de notória gravidade e perigo para as partes, tais como:

  • Uso de drogas

  • Uso de armas

  • Violência Física reiterada

  • Abuso Sexual


Para além destes, existem outros tipos de situações que desaconselham a mediação, e quais as razões dessas limitações?


Esta é uma questão para a investigação, com a finalidade de ser aprofundada, não podendo as posições basear-se na mera opinião ou numa experiência acumulada.


Falta de Investigação e avaliação de programas de mediação


Lacunas importantes na investigação decorrentes da fragilidade dos próprios programas (Johnson e Johnson, 1996; Knitta, 1999):


  • Falta de bases teóricas, de muitos desses programas, assentes sobretudo no pragmatismo, o que dificulta a sua avaliação e a testagem dessas teorias.

  • Falta de programas sistemáticos de investigação que permitam uma acumulação de estudos e uma comparação de casos e de programas.

  • Escassez de investigações de carácter longitudinal, que estudem quer o impacto da formação dos participantes, quer a fidelidade dos programas ao longo do tempo.


Por outro lado, a um nível que privilegie o aprofundamento de cada caso, surge como um caminho para esta finalidade, a Investigação-Ação numa perspetiva construtivista de mediação. Assim, todos os implicados são autores de um processo que se desenvolve pela interação que entre eles se estabelece, pelo levantamento de questões e de hipóteses a testar na ação e pela consequente construção de significações múltiplas e invenção de caminhos que se fazem à medida que se vai caminhando.


Investigação como:

  • Conhecer e aprender

  • Conhecendo e Transformando


Discentes: Diana Borges e Sara Soares

Docente: Preciosa Fernandes - FPCEUP

Unidade Curricular: Seminário de Iniciação à Mediação e Formação: Projeto I. Conceção de Projetos







 
 
 

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